quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Homos sapiens: a batalha no ano da estrela de Belém


Imagem: Internet

Homos sapiens: a batalha no ano da estrela de Belém

2020 foi um ano propício ao aprendizado e, como tal, ele não nos chega de maneira fácil, senão, também pela dor. A segunda metade dessa década (desde 2016) foi marcada por mudanças radicais em todo o planeta.

O individualismo Romano (pré-cristão), um cristianismo antigo-testementário, um saudosismo à práxis da idade das trevas, a ufanização de práticas desumanas vistas na era Mussolínica e Hitleriana, a distorção de fatos, assim como, a ausência de compreensão deles fizeram com que deixassem do submundo do obscurantismo verbos, gestos e condutas que se pensava, até bem pouco tempo, enterradas pela humanidade.

Retornamos à caverna Platônica e muitos passaram a vislumbrar um mundo projetado de maneira distorcida pelas sombras geradas pelo fogo da ignorância e do desamor. Muitos, muitos passaram a enxergar um mundo e realidades completamente diferentes. A curuminha retornara a escuridão do ventre. Um ventre podre, fétido de ambiguidades, mentiras e ódio abundantes. Um ventre ganancioso, ávido por encarcerar para sempre, o que seria a luz, a liberdade, os valores e sentimentos humanistas.

A caverna de Platão, o útero obscurantista encontrava-se repletos de casulos que nesses tempos eclodiram. Líderes amorais e insanos dão voz e representatividade a uma massa de caverdianos que, sentindo-se espelhados e, principalmente, encorajados, eclodem e saem do armário, pois ali era, é, o mundo, a verdade que os alimenta, os fortalece, os une.

Quem ousa ou consegue sair da caverna, já não volta mais, pois como dizia Socrates à Glauco, seus pares os julgarão como loucos.

No entanto, o mundo externo e a caverna estão sujeitos às mesmas leis da natureza e, nesse fatídico 2020, ambos habitantes desses “lugares” são contaminados por uma nova praga, o Coronavírus.

Enquanto o mundo externo tenta desvendar os segredos desse novo vírus, os caverdianos negam sua importância e letalidade. Enquanto o mundo externo se preocupa com o bem-estar das pessoas, os caverdianos lutam para que nada mude, pois os braços que produzem não podem parar.

A ausência de luz contida no íntimo de cada caverdiano e a distorção da realidade traduzida na imagem criada pela penumbra da fogueira Platônica, em detrimento dos que vivem naturalmente no mundo externo, faz com que o corona vírus ( não sua infecção, mas sua existência), em 2020, exponha duas subespécies de Homo sapiens que habitam o mesmo planeta Terra. Compartilham a mesma família, a mesma sala de aula, o mesmo escritório, a mesma praça e até a mesma cama.

2020 tentou, a seu modo, dá-nos tempo para a reflexão, a introspecção, a mudança. Seu veículo, o vírus, fechou igrejas, templos, terreiros, mesquitas, sinagogas, empresas, casas de espetáculos e shoppings. Mandou todos para casa, tudo isso para nos dá a oportunidade do aprendizado. Um número exorbitante de pessoas sentiu a doença em sua face mais perversa, outros milhares ficaram órfãos de parentes, amigos, conhecidos, ídolos. Ninguém esteve imune, no entanto, muitos, muitos preferiram ver tudo através da fumaça que produzia a distorcida sombra. E, por não entrever, permaneceram na negação, na afronta, no confronto. Sem nada distinguir pela quimera na caverna. Avistavam apenas seus umbigos inundados de ódio, rancor, agressividade e incapacidade de se albergar no lugar do outro.

No entanto, “o pulso ainda pulsa”, a luz ainda brilha e, mesmo a despeito de tanta iniquidade, muitos, muitos, muitos, muitos outros sabem que “ a canção não está perdida” e a alma vibra com fervor.

A fé em Deus, nos Orixás, em Buda, Maomé, nos Astros, na vida, a fé que “não costuma faiá”, os mantém fortes e combativos. Fazem da esperança, o caminho; da coragem, a condição; da solidariedade, a concórdia; e do amor, o combustível para seguirem em frente.

Há quem diga que mesmo os bons, sem fé, saem em desvantagem para a batalha cotidiana entre o mundo externo e os “habitantes” da caverna. A oração, o mantra, a meditação são as munições nessa contenda.

Esse ano finda e um novo há pouco rebentará. Navegar é preciso, viver é fundamental.

Começar, recomeçar, poder contar com o outro e se fazer disponível... valerá a pena toda a luta, toda dor, toda virada de mesa, todo conhecimento colhido, toda rebeldia, toda noite mal dormida, toda ansiedade vivida, toda introspecção, ter se conhecido e, por fim, ter sentido todo o ar respirado.

Que a lembrança do nascimento do verdadeiro Cristo e as manhãs do ano sequente nos tragam a luz, cada vez mais brilhante, de um brilho tão intenso que inundam as mentes e os espíritos no mundo externo, assim como, e principalmente, no buraco-soturno.

Que as sombras sejam dissipadas e as cores refratadas façam todos perceberem que mesmo sendo indivíduos, são unidades imprescindíveis para a boa função do todo, e que, para serem completos, necessitam uns dos outros, enxergando em cada irmão, a si.

Que o verdadeiro Cristianismo, tais como, os verdadeiros ensinamentos e exemplos deixados por Jesus Cristo sejam observados, propagados e reproduzidos.

Júlio Lima

Médico/ escritor

quarta-feira, 17 de julho de 2019

O que falta para chegarmos ao fundo do poço?

Fonte da imagem: Internet

    O Brasil, na última eleição, rejeitou o projeto político que o governou por 13 anos e elegeu um presidente de extrema-direita. Observou-se um processo eleitoral com a sociedade dividida e discursos de ódio sem pudores. Veio à lona a imagem de um povo pacífico, tolerante com as diferenças e com as liberdades. Máscaras descolaram-se e caíram. O compromisso com a verdade e a ética foi lameado de notícias falsas. O combate a corrupção era o mote do candidato vencedor, um político antigo que dizia fazer nova política. O que terá levado Bolsonaro a vitória e ao próprio surgimento do Bolsonarismo no Brasil?
       A humanidade se desenvolveu em torno de suas crenças religiosas. No Ocidente, as três principais religiões possuem origem na mesma região – Oriente Médio. Em 70 d.c, o Império Romano destrói o templo de Jerusalém na grande revolta judaica. No Século V da era cristã surge o Islamismo. Em 638, tropas islâmicas tomam Jerusalém. Em 1095, O papa Urbano II proclama a primeira cruzada a fim de auxiliar os cristãos ortodoxos do leste e libertar Jerusalém e a Terra Santa do domínio muçulmano. A primeira cruzada associado a reconquista da península ibérica define o fortalecimento do Ocidente que, aliado à formação dos Estados e o Imperialismo, possibilitam o acontecimento dos descobrimentos.
       Nos séculos XVIII e XIX, ocorre na Inglaterra a Revolução Industrial cuja principal característica foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com uso de máquinas. Nesse período há um aumento exponencial do consumo de combustíveis fósseis, sendo o petróleo seu principal. O controle das reservas desse mineral, combinado ao seu uso determinou as mudanças econômicas, sociais e políticas globais. Com tais mudanças no cenário mundial, o início do século XX pode ser comparado a um grande caldeirão em ebulição: as diferenças religiosas permanecem fortes, o aguçamento dos interesses de classes sociais divergentes e a corrida mundial na disputa do petróleo. A partir daí dá-se início a uma grande corrida armamentista, o que aumenta mais ainda a tensão no velho continente, até que em 1914 sucede-se a primeira guerra mundial, a qual dá origem, após seu término, aos regimes totalitários. Ideais nacionalistas tomam conta da Europa, sendo os mais famosos, na Itália, o fascismo de Mussolini; na Alemanha, o nazismo de Hitler; na União Soviética, o comunismo de Stalin.
       Com o fim da primeira guerra, na Alemanha, para eximir-se da responsabilidade pela derrota, toma força uma teoria conspiratória chamada “punhalada pelas costas”. A população alemã se fez acreditar e acreditou se vir como vítima. A imaginação e aceitação (popularização) dessa teoria deslegitimou o então governo alemão de Weimar ocorrendo sua desestabilização e abrindo caminho para o surgimento do nazismo, que não reconhece o Tratado de Versalhes mantendo tensão no Continente. O êxito da revolução comunista dos Bolcheviques de 1917, na Rússia, constitui-se outro ponto importante de tensão na região. Em 1945, a Segunda Guerra Mundial é, entre outros fatores, resultado da utilização, por Hitler, do ressentimento que a população alemã nutria pelas nações vencedoras da primeira guerra, transformando esse ressentimento em motor para sangria bélica em nome de uma “consciência nacionalista”. A Alemanha de Hitler sai derrotada. Ao término da guerra emerge-se duas grandes potências: a União Soviética e os Estados Unidos, protagonistas da Guerra Fria, colocando o mundo em total alerta de destruição nuclear.
       No Oriente médio, centro produtor de maior parte do petróleo mundial, ocorre a criação do Estado de Israel, em 1948, pelas Organizações das Nações Unidas (ONU). A decisão aprofunda os conflitos entre judeus e árabes. Os semitas advindos do grande fluxo de imigração estimulados, em parte, pela ideia de retorno à "terra santa", além de, interesses econômicos e estratégicos na região dos EUA; enquanto os mouros, estabelecidos no território palestino há mais tempo, reprovavam a ideia de Estado duplo (Judeu/Árabe), bem como a cooptação de território sagrado pelos Judeus apoiados por grandes potências imperialistas. A Guerra dos Seis Dias, em 1967, gera ainda mais conflitos na região. A criação do Estado Palestino se dá em 1988 pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP), porém a maioria das áreas reivindicadas pelos palestinos estão ocupadas por Israel. Em 1979 acontece a revolução Iraniana ocorrendo a ascensão do fundamentalismo Islâmico e o fenômeno do terrorismo como parte do Jihad (Guerra Santa) que objetiva o estabelecimento do califado (unificação da população muçulmana em um único país).
       Mesmo com a Guerra Fria e após seu término, em 1989, com a queda do muro de Berlin, no mundo ocidental, após a segunda guerra mundial e declínio de alguns regimes totalitários, experimenta-se um período de grandes avanços sociais e de políticas identitárias com grandes conquistas nos direitos dos trabalhadores, de grupos étnicos, movimento feminista e de minorias alcançando patamar jamais visto. No entanto, o capitalismo em sua face moderna (neoliberalismo) com o surgimento e crescimento de novas tecnologias e de mercados reais e virtuais com a forte presença de especulações faz surgir o fenômeno de bolhas como, por exemplo, às ponto com e imobiliárias sucedendo crises cíclicas ao sistema e tendência ao colapso. Com isso, o sistema busca, através do sufocamento do proletariado, se reerguer a cada episódio de crise fazendo com que quem não a causou que a pague (o trabalhador).
       Em 11 de Setembro de 2001, o símbolo do capitalismo mundial é atingido por um ataque terrorista, fato que já se sucedia em toda a Europa, o que gerara acentuada onda de medo e terror nesses países. Aliado a isso, o velho continente sofre ondas migratórias por refugiados que, segundo a ONU, é a maior desde o final da segunda guerra mundial, oriundos da África e Oriente Médio, na sua maioria, por ações de grupos terroristas, conflitos internos, perseguições políticas, guerras e violação dos direitos humanos. O terrorismo, a crise dos refugiados, a crise do capitalismo neoliberal causado pelas especulações sui generis ao sistema, na qual sua existência é incompatível com a manutenção dos direitos trabalhistas, avanços sociais e políticos conquistados nos últimos 60 anos são elementos que trazem como consequência o ressurgimento de ideias e fortalecimento de grupos e partidos nacionalistas e conservadores de extrema direita.
        No Brasil, não há como compreender o Bolsonarismo sem a compreensão dos fatos relacionados da geopolítica mundial, descritos aqui sem o rigor acadêmico, mas que nos coloca na cena desse fenômeno. Ainda vivenciamos o período imperialista onde poucas nações, através dos “descobrimentos”, exploraram as demais numa lógica perversa de desrespeito à autodeterminação dos povos, soberania nacional e independência econômico- cultural.
       O Brasil em sua formação colonial traz a marca dessa influência invasora e corruptora que, embora não se faça nos moldes propriamente imperialistas do século XIX, não a torna menos devastadora. A Ilha de Vera Cruz nasce no berço de conflitos mercantilistas, cuja violência institucional, percebidas pela corrupção e matança desenfreada, atingia àqueles cuja terra lhes pertencia. Grosso modo, o brasileiro carrega uma cultura de referência de Estado muito negativa. Para os professores Luiz Mendes Dias e Marcela Souza Pereira, no artigo “Corrupção Política: Uma história brasileira” há ações corruptas por parte dos governantes e dos governados em todas as épocas da história do Brasil.
       Uma cronologia do contexto mais atual, com dados pontuais da realidade do país e ponderações específicas sobre determinadas figuras se fazem importantes: ainda no primeiro governo Lula surge o escândalo do mensalão. A economia do Brasil ia de vento em polpa, bancos lucrando com nunca, a classe média fazia ponte aérea com Miami e Europa, os pobres com comida no prato. Caem alguns aliados de Lula, mas ele é reeleito com 60,83% dos votos; ou seja, Lula é reeleito com votos de toda a pirâmide social. Em 2010 deixa o governo com uma popularidade histórica de 87% de aprovação pessoal e de 80% de aprovação de seu governo.
        Dilma Roussef é eleita e em seu primeiro governo realiza a chamada “nova matriz econômica” onde atendia os interesses da indústria e empresariado brasileiro (redução de taxas de juros e tarifas de energia elétrica, desoneração tributária e crédito subsidiado, desvalorização cambial e protecionismo industrial seletivo, concessões de serviços públicos para a iniciativa privada). No final de seu primeiro mandato, a presidenta tinha 59% de aprovação e era elogiada por ser responsável pela faxina ética quando demitiu ministros envolvidos em atos de corrupção.
     Dilma se reelege presidenta da república por uma margem apertada de votos. O candidato derrotado não reconhece o resultado da eleição. Dá início no Brasil um movimento com estratégias, por parte dos derrotados, muito semelhante ao que havia ocorrido na Alemanha no final da primeira guerra mundial, a “lenda da punhalada pelas costas”. Aécio então rejeita sua responsabilidade pela derrota acusando o processo como fraudulento. Há vitimização por parte de seus eleitores e, assim como ocorreu no governo de Weimar na Alemanha, a imaginação e aceitação (popularização) da teoria da fraude proposto por Aécio, desestabiliza inicialmente o governo de Dilma deixando o terreno fértil para o que viria depois, O Bolsonarismo.
       Outros elementos, no caso tupiniquim, podem ser acrescidos para o surgimento do Bolsonarismo, como, por exemplo, a relação da classe média brasileira com a burguesia e com os pobres. O Brasil foi um dos países no qual a escravidão foi mais aceita e fomentada. A libertação dos escravos coincide com o crescimento das grandes metrópoles brasileiras, já como consequência da revolução industrial. Os negros saíram da escravidão com os farrapos do corpo, a fome no bucho e ausência de um teto para se abrigarem. Essa gente, juntamente com flagelados das secas no Nordeste do país que, como dizia Antonio Carlos Belchior caia pela força da gravidade naqueles lugares, sobe os morros e os desce apenas para servir a uma classe que surgia com a industrialização e crescimento do comércio, a classe média. Esta impregnada pelo ranço escravocrata e desejo de um dia se tornar burguês sempre agiu como tigrona para os subalternos e tchutchucas para as elites.
       O Brasil vinha de um período de distribuição de renda e ascensão social jamais experimentados em sua história pelas mãos de um trabalhador, que essa mesma sociedade por três outras vezes rejeitara e se transforma no maior estadista da história do Brasil. O pobre, o negro na era do Brasil dos trabalhadores, mas não só deles pelos exorbitantes lucros da elite, agora descia o morro não mais apenas para ocupar o elevador de serviço e o quartinho da empregada, mas para a universidade, restaurantes e saguões de aeroportos. A classe média pira, endoidece de vez, o que torna mais fácil a compreensão de sua vitimização com a derrota de seu candidato a eleição de Dilma.
       Na economia do segundo mandato, a presidenta desagrada o sistema financeiro e empresarial ao realizar um abrupto ajuste fiscal e monetário atendendo setores que se colocavam contrários a chamada “nova matriz econômica”. Enquanto isso, o país fervia saindo às ruas devido aos espetáculos midiáticos da Lava-jato que levantava a bandeira anticorrupção capitalizada por um juiz de primeira instância de Curitiba.
      O então presidente da Câmera dos Deputados, Eduardo Cunha, que era do mesmo partido do vice-presidente Michel Temer, estava sendo investigado pela lava-jato e se colocara como adversário do Planalto após o partido da presidenta (Partido dos Trabalhadores) não tê-lo salvo no conselho de ética aonde enfrentava processo de cassação. Somado a isso, Cunha realiza o jogo de levar a votações pautas-bombas e reterem pautas de interesse do Executivo. Some-se ainda, além da vitimização do candidato derrotado nas eleições, o clima econômico desfavorável e uma copa do mundo aonde a mídia deita e rola com o jargão “padrão fifa” para ecoar as críticas ao governo Dilma.
       Nesse balaio de acontecimentos surge um político inexpressivo (lembram-se da Alemanha?) do ponto de vista de atuação nos últimos 28 anos no Congresso, que pertencia ao chamado baixo clero, e de rala qualificação, mas que traz em seu discurso todo o ranço de pensamentos totalitários que ressurgiu no mundo e que representa os ideais de uma elite e classe média que, após terem se beneficiado até o talo, deixam o armário que os asfixiavam e expõem seu ódio e rancor devido alguma ascensão da classe trabalhadora e pela síndrome do quartinho de empregada vazio.
      O juiz de Curitiba, mais calculista do que emotivo, enxerga mais adiante e inicia uma jornada em direção ao seu projeto pessoal maior, o Supremo Tribunal Federal. A essa altura acreditava ele, pois era o que a mídia colocava e muitos repetiam, ser uma espécie de super-herói. Surfava nos bons resultados da operação que levara empresários e políticos importantes para a cadeia. A sua imagem é então atrelada aos pleitos das viúvas de Aécio que se vitimizavam ainda pela derrota não digerida e ao político inexpressivo logorreico, mas cada vez mais popular por expressar o que àqueles que mais se beneficiaram dos governos petistas queriam ouvir. O então Juiz passa a atuar, segundo publicado pelo site Intercept Brasil, mais político do que juridicamente. A fim de que nada desse errado em seu objetivo maior e a opinião pública o protegesse, trata ele mesmo de se lançar como mentor, articulador, condutor dos processos e julgador de alguns casos da lava-jato, dentre eles o que tratava do ex-presidente Lula. Ao procurador-chefe da operação restara-lhe, ainda segundo o que até então foi publicado por Veja, Folha de São Paulo e Intercept Brasil, cumprir ordens e se contentar em enriquecer com palestras relacionadas ao caso.
       Então, Luis Inácio Lula da Silva é preso e julgado em tempo recorde para os padrões nacionais, com aparente atuação plena do Juiz na cronologia e temporariedade dos julgamentos e ações no processo, o que garantiria a ausência de Lula no pleito eleitoral de 2018 associando mais a sua imagem ao candidato Bolsonaro. O país assolado por fake news, imprensa comprometida, povo letárgico, nesse clima, Bolsonaro é eleito Presidente da República. Como prêmio, o Juiz de Curitiba recebe o Ministério da Justiça o consequente comando da Polícia Federal, até que uma prometida e tão sonhada cadeira do STF desocupe por aposentadoria ou por morte de um de seus membros.
     Nos sete meses passados do atual governo observa-se retrocessos na área do meio ambiente, política externa, educação, direitos sociais e trabalhistas, além de previdenciário e estamos apenas no seu começo. Parte da sociedade e da imprensa outrora confiante no atual governo já não comunga com o mesmo. O intercept Brasil, revista Veja e jornal Folha de São Paulo prometem muito mais revelações, mas as fazem a conta-gotas, no entanto, a imagem do mocinho super-herói do Juiz vai se tornando desfigurada e esfacelada. Será que atingimos o fim do poço? Quanto falta até lá? Até onde irá essa letargia do povo e quando acordará desse surto coletivo? Quem está sendo contemplado com esse governo? Até quando a classe média sonhará em ser burguesa servindo de tapete para a elite abanando-lhe o rabinho e de espinho para os pobres?
      Eu, esperançoso e crente que sou, fico com as palavras do papa Francisco: A verdade vencerá a mentira.
Júlio Lima
Médico

domingo, 5 de maio de 2019

Estou com Chiquin e não abro

Fonte: Internet


            O planeta Terra anda desgovernado ultimamente, descendo ladeira a baixo e sem freio. Décadas de luta e conquistas estão se esvaindo rapidamente. Canetadas realizadas por mãos engatilhadas por pensamentos violentos e corações petrificados anunciam tempos difíceis.
            Por vezes, imagino-me naqueles filmes em que o mau que hibernava, de repente, consegue se libertar ávido por sofrimento, ranger de dentes, sangue e destruição.
            A intolerância, o preconceito, o desamor vem carregado de discurso moralista de defesa da fé, família e bons costumes, estando implícitos desejos de mais-valia e da submissão aos mais fracos, claro.
            Conservadores do mundo ocidental que se dizem cristãos comportam-se como fariseus que atentavam o Cristo. Suas práticas negam tudo o que era ensinado por Jesus, mesmo assim, em seu nome se lançam em um novo discurso e prática inquisitória.
            Até o papa Francisco encontra-se na mira de infames lobos endemoniados revestidos na pele de sacerdotes. Homens que, devido suas pequinesas, jamais compreenderão ou enxergarão a grandiosidade e o amor contido no Pontífice. Um verdadeiro servo de Deus que prega a tolerância entre as nações, os povos, as crenças, as diferentes classes sociais e situações, tais como, os novos modelos familiares que se impõem como consequência dos tempos modernos. Um homem conciliador.
            Há um mórbido saudosismo ao passado obscuro, nada aceitável nos dias atuais, que impede que esses críticos do Papa percebam que a humanidade não é estática em seus conceitos, atitudes e, até, na subserviência das pessoas. Tais críticos são os mesmos que se opunham ao Papa Paulo VI e suas reformas.
            Na verdade, O Papa Francisco está sendo atacado por defender, como pregou Jesus Cristo, uma igreja pobre para os pobres. Uma igreja com os braços e as portas abertas a todos que a procuram e necessitam de um auxílio espiritual. Esses falsos sacerdotes defendem a teologia antigo-testementária, a qual afirma que Deus é severo e castiga, logo defendem uma igreja de autoridade e em sintonia com esta. O fundador desse tipo de igreja foi Constantino, por isso, os refuto completamente como verdadeiros padres. Como no império Romano, amam o ouro, a pompa, a vaidade, servem aos que se valem da força e do poder para subjugar e massacrar os pequeninos.
            O individualismo da era pré-cristã, o exercício da força e do desaforo para resolver conflitos e dizimar adversários, a exposição exagerada, assim como, a destruição de reputações e condenação precipitada apenas pela manchete ou encaminhamento de “fake news” são condutas, cada vez mais, colocadas em prática.
            A obsessão do momento é destruir o inimigo, e com certeza, o pior de todos, é o que pensa diferente, o que ousa a contradizer suas verdades. Para esse não há perdão.
            O que fazer para frear o planeta que desce ladeira a baixo? Como se posicionar aos discursos extremistas? Quem está certo? A quem cada um verdadeiramente segue? Aos cristãos, só posso sugerir que decidam a partir do exemplo do próprio Cristo. O velho testamento serve para contextualizar a boa nova que ele trás, o novo testamento. Se tiver alguma dúvida para que lado deva ir, siga o amor, a tolerância, o respeito, a solidariedade, nunca a agressão, a destruição de quem apenas pensa diferente de você, nunca o uso da violência para dizimar um ser humano.
            Enxergue-se no outro e tome sempre as decisões com essa régua. O papa Francisco nos propõe que sigamos e procuremos agir como o verdadeiro Senhor nosso que é Jesus Cristo, e não Constantino.
            Júlio Lima
05/05/19


sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

O Pai Nosso do Cavaleiro Templário


sábado, 8 de dezembro de 2018

Manifesto - Amigos de Artur








quinta-feira, 15 de março de 2018

Resultado Final do Processo Seletivo 2018 Programa de Especialização Médica em Ortopedia Pediátrica do Hospital Getúlio Vargas

Nome do Candidato
Nota Final
Thiago Danilo
8,71
Browner de Souza
7,06
Pedro Tiago
6,64
Raiff Leite
6,24
Francisco Joao
4,58

segunda-feira, 5 de março de 2018

PROCESSO SELETIVO 2018 Programa de Especialização Médica em Ortopedia Pediátrica


HOSPITAL GETÚLIO VARGAS
CENTRO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTO
SERVIÇO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
SERVIÇO DE ORTOPEDIA PEDIÁTRICA





GUIA DO CANDIDATO











PROCESSO SELETIVO 2018
 Programa de Especialização Médica em Ortopedia Pediátrica
















Recife
2018
 SUMÁRIO






INTRODUÇÃO
03
APRESENTAÇÃO
03
PROCESSO SELETIVO – EDITAL NO 001/2018
04
DATAS IMPORTANTES PARA O PROCESSO SELETIVO 2018
08
ANEXO I – FICHA DE INSCRIÇÃO
09






































1.    INTRODUÇÃO


            As presentes instruções destinam-se aos candidatos ao Programa de Especialização Médica em Ortopedia Pediátrica  e objetiva orientá-los na inscrição e participação no Processo Seletivo.


Comissão do Processo Seletivo

Coordenador Geral:
Prof. Dr. Epitácio Leite Rolim Filho
Membros Colaboradores:
Prof. M.e. Vicente Júlio Barbosa de Lima
Dr. Henrique Malheiros
Dra. Roberta de Sá Barreto
Dr. Luiz Morais
Dr. Carlos Alexandre



2.  APRESENTAÇÃO


            O Hospital Getúlio Vargas está situado em Recife e atende toda a região metropolitana e interior do Estado de Pernambuco. Possui o Serviço de Residência em Ortopedia e Traumatologia, Cirurgia de Mão, Ortopedia Pediátrica, além de Residência em Clínica Médica, Cirurgia Geral, Cirurgia Urológica, Cirurgia Vascular e Neurologia. O Hospital está vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS)  e realiza diagnósticos avançados e procedimentos de alta tecnologia. O Hospital possui também Centro de Imagem e unidades de Terapia Intensiva. Hoje, o Hospital Getúlio Vargas desempenha importante papel no ensino de Ortopedia Pediátrica no Estado do Pernambuco.



3. PROCESSO SELETIVOEDITAL N0 001/2018


            A Comissão de Especialização Médica em Ortopedia Pediátrica do Hospital Getúlio Vargas comunica aos interessados que, no período de 07 a 12 de Março de 2018, estarão abertas as inscrições para o Programa de Residência Médica na área de Ortopedia Pediátrica.


 A) VAGAS E DURAÇÃO
Programa
Vagas
Duração
Ortopedia Pediátrica
01
1 ano

 A duração do programa será de 01 ano conforme estatuto da Sociedade Brasileira de Ortopedia  Pediátrica (SBOP).

 B) INSCRIÇÕES
As inscrições estarão abertas no período de 07/03/2018 à 12/03/2018, exclusivamente VIA INTERNET pelo e-mail filhorolim@gmail.com (enviar formulário de inscrição do anexo I totalmente preenchido e com os comprobatórios dos documentos necessários para a inscrição). Não haverá cobrança de taxa de inscrição. Não serão aceitas, em hipótese alguma, inscrições enviadas fora do prazo acima, com ficha de inscrição indevidamente preenchida ou faltando algum documento. ATENÇÃO! O comprovante de inscrição será enviado via correio eletrônico.

OBSERVAÇÕES:
A) São de total responsabilidade do candidato ou de seu representante, os dados preenchidos na Ficha de Inscrição, não podendo ser alterados após a efetivação da inscrição.
 B) Ao se inscrever, o candidato aceita, de forma irrestrita, as condições contidas neste edital e no Guia do Candidato, não podendo alegar desconhecimento.
C) O candidato receberá o comprovante de inscrição via correio eletrônico
D) DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA INSCRIÇÃO*
1. Fotocópia da Carteira de Identidade;
2. Fotocópia do CPF;
3. Fotocópia da Carteira do Conselho Regional de Medicina (CRM) ou Declaração da Instituição de Ensino na qual o candidato cursa o último período da Residência em Ortopedia e Traumatologia;
4. Diploma ou declaração de curso referente ao último ano de um Programa de Residência Médica;
5. Diploma ou declaração do título de Especialista em Ortopedia e Traumatologia
6. Curriculum  Lattes
7. 02 fotografias atualizadas (3X4).
Após a inscrição os documentos deverão ser enviados junto com a ficha de inscrição (anexo I).
São documentos oficiais de identidade: Carteiras e/ou Cédulas de Identidade expedidas pelas Secretarias de Segurança, pelas Forças Armadas, pela Polícia Militar, pelo Ministério das Relações Exteriores, Cédulas de Identidade fornecidas por Ordens ou Conselhos de Classe que por lei federal valem como documento de identidade, como por exemplo, as do CRM, CREA, OAB, CRC etc., Carteira de Trabalho e Previdência Social, bem como a Carteira Nacional de Habilitação (com fotografia), na forma da Lei nº. 9.053/97.
* Os documentos para ingresso na sala de prova devem estar em perfeitas condições e devem permitir, com clareza, a identificação do candidato.
* Em caso de perda ou roubo de documentos, o candidato será admitido para realizar a prova, desde que tenha se apresentado no local que lhe foi designado e que seja possível fazer a verificação de seus dados junto a Comissão do Processo Seletivo antes da hora marcada para o início das provas.
* O candidato poderá fazer à prova de seleção, desde que comprove ter o título de especialista em Ortopedia ou Traumatologia ou no caso do candidato que prestou a prova para obtenção do Título de Ortopedia e Traumatologia (TEOT) em 2018 deverá apresentar comprobatório que passou no TEOT 2018. Caso o resultado do TEOT 2018 ainda não tenha sido publicado pela SBOT, o início da especialização ficará na dependência do período da sua publicação. Vale salientar que não será admitido em nenhuma hipótese o candidato sem o título de especialista da área em questão.

 E) SELEÇÃO D

            A seleção constará de três fases, descritas a seguir (Quadro 1):  
            1. Primeira  fase – prova objetivo de múltipla escolha que constará de 50 questões em Ortopedia e Traumatologia pediátrica, com peso 4,0. Serão selecionados para a 2a fase do Programa, os candidatos com, no mínimo 50% de acerto do total de questões.
2. Segunda fase: constará de uma entrevista com a banca julgadora onde será arguido sobre assuntos pertinentes a conhecimentos gerais, traumatologia e ortopedia e multidisciplinaridade. Esta fase possui peso 4,0.
3. Terceira fase: análise de currículo (2,0).

Fases
Data
Início
Término
Primeira fase: 50 Questões
15/03/17
16:00h
17:30h
Segunda fase: Entrevista
15/03/17
18h
19:00h
Terceira fase: Currículo



QUADRO 1. Resumo das etapas da seleção do concurso de acordo com as fases, datas e horário de início e término.


 F) CLASSIFICAÇÃO
            A primeira fase das provas para os candidatos nos Programas de Residência Médica, serão 40% para prova teórica e 40% entrevista e 20% análise de currículo. O candidato que não atingir média seis será desclassificado, como também.
             Em caso de empate será classificado o candidato que obtiver a melhor nota na prova  de Ortopedia e Traumatologia e em caso de novo empate da referida nota, aquele que tiver maior idade. Este processo seletivo é válido para as vagas disponíveis em 2018.

G) LOCAL E DATA DAS PROVAS

            As provas da 1a fase serão realizadas no Auditório do Centro de Estudos do Hospital Getúlio Vargas (HGV), situado na Av. General San Martin, s/n, Cordeiro Recife. A prova será realizada no auditório geral do HGV, primeiro andar, a partir das 16 horas. Não será permitida a entrada após esta hora e com materiais eletrônicos ou de outra natureza que possa servir de consulta.
             Os candidatos deverão apresentar carteira de identidade e comprovante do pagamento de taxa de inscrição na 1ª e na 2ª fase do concurso.

 ATENÇÃO!
            As portas de acesso às salas de prova da primeira fase abrirão às 15:00 horas e serão fechadas às 16:30h. Não será permitido o ingresso de qualquer candidato após esse horário. Os horários citados neste Edital serão estabelecidos com base na Hora de Pernambuco

 H) MATERIAL I

            Cada candidato deverá trazer, por ocasião da realização das provas, somente o seguinte material: a) lápis; b) borracha; c) caneta esferográfica, tinta azul escura, ponta média.
* A ausência do candidato por qualquer motivo, tais como doença e atraso, implicará sua eliminação da seleção.
* Não será permitido, durante a realização da prova, o uso de equipamento eletrônico, bonés, gorros, chapéus etc.
* Não será permitido ao candidato alimentar-se dentro do auditório, devendo aqueles que necessitarem fazê-lo por motivos médicos, solicitar ao fiscal de provas o encaminhamento à sala de coordenação.
* O candidato pode, se assim o desejar, levar uma garrafa de água, desde que a mesma seja transparente e sem rótulo.
* Na sala de prova, os candidatos não poderão manter em seu poder relógios e aparelhos eletrônicos (bip, telefone celular, calculadora, agenda eletrônica, MP4, palmtop, notebooks, Ipods etc.), devendo desligá-los e guardá-los junto com seus pertences antes do início da prova. Os equipamentos deverão permanecer desligados até a saída do candidato do prédio onde realizou a prova.
* O candidato que estiver portando qualquer dos instrumentos mencionados no item acima, durante a realização da prova, será eliminado da seleção.
* Será eliminado também o candidato que durante a aplicação da prova comunicar-se com outros candidatos, efetuar empréstimos, usar de meios ilícitos ou praticar atos contra as normas ou a disciplina.
* O candidato assume plena e total responsabilidade pelo correto preenchimento do cartão-resposta e pela sua integridade. Não haverá substituição deste cartão.
* Não será permitido ao candidato, durante a realização das provas, ausentar-se do recinto, a não ser em casos especiais e acompanhado de membro componente da equipe de aplicação da Seleção.
* Os candidatos serão informados pelo fiscal das provas a cada 30 minutos com relação ao tempo referente ao término da prova.

I) DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS

O resultado final será divulgado no dia 16/03/2017 a partir das 12:00h em material impresso e via e-mail e  no  Blog do Júlio (www.vicentejulio.blogspot.com).  Após a divulgação dos resultados finais o candidato aprovado terá até às 16 horas do dia 16/03/2018 para assinar o termo de compromisso para confirmação à vaga na Coordenação da Ortopedia Pediátrica. A vaga não confirmada no prazo citado passará automaticamente para o candidato classificado a seguir.

J. INÍCIO DO PROGRAMA

O programa de residência terá início em 19/03/18

4. DATAS IMPORTANTES PARA O PROCESSO SELETIVO PARA VAGAS DE 2017


Atividades
Datas
Término das Inscrições
12/03/18
Provas – todas as fases
15/03/18
Resultado final
16/03/18









Ficha de Inscrição
01 – NOME COMPLETO:

02 – ENDEREÇO:
Nome do logradouro:

Número:        
Apto:
Bairro:
compleemento:
CEP:
Cidade:
UF:
03 – TELEFONE(S):
04 – FAX:
05 – E-MAIL:
06 – PROGRAMA SELECIONADO:
( ) Ortopedia Pediátrica
ANEXO I


Declaro conhecer o Manual do Candidato e o Regimento da SBOP (sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica) e estou plenamente ciente e de acordo quanto às suas exigências, bem como os direitos e deveres dos candidatos ao Concurso de Seleção do estágio para Ortopedia Pedíatrica do Hospital Getúlio Vargas, Recife - PE.

_____/_____/______                                _____________________________________________________
 Data                                                                                                                           Assinatura